Arranca

Publicado: janeiro 20, 2021 em Contos

Ela aprendeu no curso de magistério quem era Maya Angelou. Ali começava sua narrativa de libertação. Não queria guardar sua história não contada. Então a partir do dia que terminou o último livro escrito pela autora, passou a escrever suas agonias nas portas da lojas. Ao cair do dia, quando tudo fechava e o horário comercial findava, quem passasse pelas ruas lia: “No dia 20, eu não fui estuprada, mas tive meus cabelos arrancados pela fúria daquele que disse que me amava” e ali, entre lojas e lanchonetes, ela desaguava o que nunca aconteceu.

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